Augusto Boal: uma trajetória revivida
Criador do Teatro do Oprimido, o grande dramaturgo (1931-2009) tem seu legado relembrado neste vídeo, com narração do ator Paulo José e depoimentos de Lima Duarte, Milton Gonçalves e Helen Sarapeck
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Homem que fez do amor pelo teatro o condutor de sua trajetória de vida, Augusto Boal ganhou reconhecimento internacional a partir da criação do Teatro do Oprimido, metodologia que coloca a arte a serviço da inclusão social. O trabalho, que nasceu a partir dos anos de exílio na América do Sul e rendeu frutos na Europa na década de 70, chegou ao Brasil nos anos 80 fortalecido. Aqui ganhou abrigo e foi aplicado com êxito a fim de gerar benefícios em diversas áreas, da saúde mental ao sistema penitenciário. Toda a experiência do autor e diretor teatral ao longo desses anos rendeu inúmeras e reconhecidas publicações, um campo de conhecimento vasto que continua a dar frutos: último livro escrito por Augusto Boal antes de sua morte, A Estética do Oprimido celebra uma parceria entre a Funarte, o Ministério da Cultura e a Editora Garamond.
Desde já considerado o testamento estético do autor, o livro traz a público as experiências dos laboratórios teatrais do Teatro do Oprimido e situa o teatro como agente transformador. É uma oportunidade rara de se conectar ao pensamento do homem que contribuiu de forma definitiva para a criação de um teatro que retratasse o Brasil, que desse voz e rosto verdadeiros ao país, graças às peças de forte cunho contestador que dirigiu no revolucionário Teatro de Arena durante os anos 50 e 60.
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O convite a esta viagem no tempo está feito e, para ela, contamos com participações especialíssimas de artistas que cruzaram o caminho de Augusto Boal, num tempo em que mudar o mundo através da arte era, antes de sonho, uma necessidade. É o que revelam, neste vídeo especialmente produzido pela Funarte para relembrar a trajetória do diretor e dramaturgo, os emocionantes depoimentos de Lima Duarte e Milton Gonçalves, que no Arena foram dirigidos por Boal no mítico espetáculo Arena Conta Zumbi, e como deixa claro o relato emocionado de Paulo José, para quem Boal foi “um mestre, um mago, incansável, dedicado integralmente a pensar teatro”.
É o próprio Paulo José quem lembra que, do final dos anos 50 ao final dos anos 60, o Teatro de Arena de São Paulo fez uma verdadeira revolução no teatro brasileiro. Foram tempos ainda do lendário show Opinião que, no Rio de Janeiro, dirigido por Boal, revelou para o mundo nomes como o da então estreante Maria Bethânia. Nosso resgate à memória vasculha também o pensamento do diretor Zé Renato, mentor artístico do Arena e grande parceiro de Boal. Coordenadora do Centro de Teatro do Oprimido, Helen Sarapeck é mais uma voz a dimensionar a importância de Boal para o teatro brasileiro. Bom passeio.
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