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Os documentos da Empresa de Teatro Pinto Ltda.

A história do Teatro de Revista de Walter Pinto contada através da documentação administrativa da companhia

Os documentos da Empresa de Teatro Pinto Ltda.

Foram mais de 150 espetáculos em cerca de 40 anos de produção na Empresa de Teatro Pinto Ltda. Inúmeros textos foram encenados, músicas tocadas, figurinos criados, cenários montados, luzes projetadas, muitos atores e bailarinas subiram aos palcos. E, para garantir toda a produção, um enorme trabalho administrativo foi necessário.

Documentos de compra, folhas de pagamento, impostos, cobranças e contratos encontrados no Acervo Walter Pinto ajudam a contar essa história e a destacar os cuidados com os detalhes que tinha este empresário formado em Contabilidade. “O acervo do Walter traz um caráter especial por ser de uma instituição, de uma empresa teatral. Ele tem a característica não só de mostrar o produto final, mas o processo de como eram realizados todos os espetáculos”, relata Filomena Chiaradia, coordenadora do tratamento do Acervo Walter Pinto, da Funarte.

Apesar de serem apenas seis pastas com as denominações “Documentos Administrativos” ou “Produção Técnica e Artística”, a documentação organizada contribui para contar a história por um ângulo pouco visitado em acervos pessoais. Os comprovantes de compra de figurinos e adereços em Paris, por exemplo, mostram como Walter era influenciado pela estética do teatro francês e não, como se falava na época, pelo cinema de Hollywood. A bailarina clássica Marina Marcel chegou a usar figurinos feitos sob medida por lojas parisienses. Já a parte técnica, dos equipamentos de luz e som, Walter Pinto trazia dos Estados Unidos. Iluminador, ele guardou catálogos e uma extensa listagem do material que possuía em seu almoxarifado.

Entre a documentação está também um livro de empregados, com as fichas dos artistas que passaram pela Empresa de Teatro Pinto Ltda. São apresentadas ali informações e fotos em 3×4 de Oscar Teresa Dias (Oscarito), Zilda de Carvalho Spindola (Aracy Cortes), Margarida Costa Velho (Margot Louro) e do músico Julio Cristobal Martinez, além de curiosidades como a autorização de pais para que os artistas menores de idade trabalhassem nas revistas. Há também indiscretas fichas cadastrais, com observações acerca dos atributos físicos das candidatas a uma vaga de atriz, bailarina ou girl (corista). Comentários como “atriz, nova, tipo mignon, brejeira” estão presentes no verso de cada ficha guardada.

O documento mais antigo do acervo é quando Manoel Pinto torna seu filho Álvaro sócio da empresa, em 1933, formalizando em contrato a sociedade. Outro destaque é o recibo de pagamento escrito à mão comprovando a compra de textos avulsos para revistas. “Com estes documentos, é como se você tivesse a chance de entrar no sonho do Walter”, comenta Filomena, ressaltando ainda, “ele se esforçava para que tudo saísse como sonhou, e não se preocupava apenas com a parte estética, mas dava atenção à qualidade de roteiro, às sátiras políticas, atualizava o gênero revista, buscando sempre possibilidades para que seu teatro continuasse vivo”.

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