Foto Carlos nos anos 50: ‘É Preciso Viver’
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A vida de um casal frustrado, cuja convivência vai minando qualquer possibilidade de felicidade, é o mote de É Preciso Viver (Come Back Little Sheba), peça de Willian Inge que marcou a volta da atriz Iracema de Alencar aos palcos em 1955, depois de dez anos de afastamento. A montagem foi realizada no Teatro Copacabana, morada da companhia Artistas Unidos, restaurado depois de um incêndio dois anos antes. O elenco reunia Graça Melo (que acumulava a direção e a atuação), Paulo Monte, Ana Edler, Laura Suarez e Iracema, a quem a crítica dedicou os maiores elogios.
“Todos esperavam dela um belo desempenho de um papel que realmente lhe dava tal oportunidade. Ela ultrapassou, porém, a expectativa”, afirma Henrique Oscar em sua crítica no Diário de Notícias, em agosto de 1955. “Seu desempenho é ao mesmo tempo vigoroso e simples, conseguindo emocionar sem lançar mão de exageros, evitando os maneirismos e os cacoetes que caracterizavam a geração de atores na qual iniciou sua carreira.”
Segundo este crítico, toda a trama, conhecida do público por uma versão cinematográfica recente (chamada A Cruz da Minha Vida), é desenvolvida de maneira a sugerir uma interpretação psicanalítica do conflito. A tradução de Miroel da Silveira, entretanto, recebeu algumas críticas, como: “Antipático o ‘gostosa’ que o atleta usa para designar a moça”.
Esta é uma das montagens registradas pelo Estúdio Foto Carlos na década de 50. O Centro de Documentação (Cedoc) da Funarte conta com 100 imagens digitalizadas. Veja algumas delas na galeria.