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Detalhes de Luiz Carlos Ripper

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Os detalhes dos desenhos de Luiz Carlos Ripper no Cedoc da Funarte contam a história da vanguarda do teatro brasileiro. São figurinos e cenários, minúcias de caracterização de personagens ou ambientes, como os da peça Capitu – inspirada no livro Dom Casmurro, de Machado de Assis – ou do filme Como era gostoso meu francês, de Nelson Pereira dos Santos. Obras do mesmo homem que pôs abaixo o tradicional palco italiano no Teatro Ipanema, construindo no lugar uma enorme passarela, transformando as relações sensoriais entre público e atores.

As linhas físicas, estruturais, do palco do Teatro Ipanema não foram as únicas rupturas de Luiz Carlos Ripper. O artista, estudioso e professor, buscava sempre as raízes brasileiras, a inovação, os “nãos” ao que estava estabelecido sem contestação. Foi o responsável por figurinos de astros tropicalistas, deixou sua marca no Cinema Novo, tornando-se o primeiro diretor de arte do cinema brasileiro. Em 53 anos de vida, esteve envolvido, do roteiro à produção, passando por luz, cenário e figurino, em 16 filmes e 27 espetáculos teatrais.

Nesta galeria de imagens, temos uma amostra do que existe digitalizado na Funarte e que permite que conheçamos, por exemplo, o figurino cheio de detalhes de Hoje é dia de rock, de José Vicente, de 1971, com direção de Rubens Corrêa, que ganhou o Prêmio Governador do Estado de melhor figurino.

Ripper teve seu talento e inovação reconhecidos também em El dia que me quieras, de José Ignácio Cabrujas, premiado como um dos melhores espetáculos de 1980, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Outra conquista foi o Prêmio Shell de melhor cenografia por Extra-Vagância, de Dacia Maraini.

Além de cartazes e outros itens para pesquisa exclusivamente nos arquivos do Cedoc da Funarte, a biblioteca tem à disposição o livro A mão livre de Luiz Carlos Ripper, resultado da exposição de mesmo nome que aconteceu no Centro Cultural dos Correios em 2013, por iniciativa de Lídia Kosovski, companheira de pesquisas de Ripper, em homenagem aos 70 anos de nascimento do cenógrafo.

Professor em sua essência, Ripper viajava pelo país dando oficinas e cursos, entre um trabalho e outro nos palcos. Sua linha de pensamento era a de que, multiplicando conhecimento, traçavam-se novas linhas de ação, mais condizentes com a nossa identidade e, ao mesmo tempo, reinventando-a. Ripper participou da reforma didática da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, deu aulas de cenografia no Rio de Janeiro, assumiu a oficina Pernambuco de Oliveira, deu consultoria para a construção de novos teatros e, como diretor, formulou novas bases de atuação do Centro Técnico de Artes Cênicas da Funarte.

Luiz Carlos Ripper foi sempre muito ativo nos debates tanto sobre técnicas, formação dos artistas e suas interações, quanto sobre políticas públicas em prol desse setor. O cenógrafo, figurinista e diretor deixou impressas suas digitais em linhas teóricas e concretas, em figurinos, cenários e nas construções de muitos centros culturais.

Por Aline Veroneze
Revisão de Maria Cristina Martins e Pedro Paulo Malta

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